24 janeiro 2008

Quem faz, faz. Quem não faz, espera

A árvore eu já plantei
O castelo eu já construi
O livro eu já li
E o cachorro eu já tenho
O que falta agora?

Falta uma dose de cimancol. Uma pequena parte de alegria e um pouquinho -pouquinho mesmo- de reciprocidade. Falta do que dizer não há em partes há tempo mas há sempre algo faltando. Esse é o mal da humanidade: a ganância. Ninguém está satisfeito com o que tem mas essa é uma das prováveis explicações para a nossa evolução, tanto genética e tecnológica quanto espiritualmente falando. Descobertas à parte, nós estamos cada vez mais ligados uns aos outros e a nós mesmos. O que falta então?
Cada dia que passa parece passar mais rápido. Há dois lados bem contraditórios nessa frase. Uma se explica na busca humana por aventuras e o outro se baseia no fato de que a cada dia a mais é um a menos na busca pelo que há depois do mundo em que vivemos. Todos sabemos o que nos espera e todos sabemos o que esperar. O que falta então?
Falta consciência? Faltam dúvidas a serem esclarecidas. Mas se falta tanta coisa, por que a pergunta? Essa é outra coisa que está no sub-consciente de quem pensa. Há uma frase numa música do Pearl Jam que diz exatamente o que nós devemos saber da vida:

I know that I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine
Eu sei que nasci e sei que vou morrer
O que há no meio é meu
Eu sou meu

Não há muito o que esperar. Eu sei que o que eu digo aqui não vai mudar o pensamento de ninguém mas eu devo tentar mostrar a todos que o que nos faz é o agora. -só há dois momentos que eu não posso mudar: o ontem e o amanhã-.
De repente, eu construa outro castelo. Quem sabe eu tenha outro cachorro. Provavelmente lerei outro livro e arrancarei -tão como plantarei- outras árvores mas nada disso mudará o meio que eu vivo. Antes de mudar algo, mude alguém e, assim talvez, vivamos um pouco mais felizes no nada que nos consta.
Conselho por agora: escutem Los Hermanos.
Dúvidas por agora: quem? e como?
Sintomas por agora: falta do que postar. Ano novo, vida nova. Blog novo?
Bom final de semana a todos que ainda entram aqui!

13 janeiro 2008

Como é que se diz "eu te amo"?

Pura e simplesmente uma redeclaração de amor...

Era noite quando nos encontramos
Suas mãos suavam e eu sorria
Nos víamos quase todos os dias
E nos sentíamos como nos velhos tempos
Ao invés de apenas misturarmos
Coisas do tempo com coisas de amor

E foi tão simples voltar a sorrir
Não custou tanto quanto imaginávamos
Promessas são feitas a todo o tempo
E todo mundo as quebra
Assim mesmo, não nos afetamos
Pois o que está atrás do muro nunca sairá
Nem pela fresta que não convém se abrir

Me julguei simples pois demorava a retornar
E saí tão sóbrio que mal pude enxergar
Que o que eu mais queria era aqui não estar
Por sentir tão forte falta de ar
Sem a intenção da graça e do gracejo

E sem tempestades
Apenas a calmaria tão desejada e entediante
Sem tornados nem maremotos
O mundo como o homem quer
Tal é a falta de sorte que atinge uma mulher
Difícil de mesclar ou entender
São apenas opções e já não são recíprocas
E, por assim dizer, não se entendem perfeitamente

E é desse jeito que todos nós vemos a perfeição...
... por uma fresta no muro