18 junho 2008

Luzes na curva

Ela chegou perto e disse que seguiria em frente.
Tentei convence-la a ficar, mas a sua ansiedade, curiosidade e desejo de partir era tanta que não me dava ouvidos.
Segurei sua mão, ela puxou.
Segurei seu ombro, ela se esquivou.
Segurei até mesmo seus cabelos, ela os cortou.

Até que a deixei ir.
Dei as costas e caminhei normalmente meu caminho úmido e cinzento.
Olhei para o mar, o sol se punha, fuxiquei meu bolso e já não tinha mais cigarros.
Depois de uma crise de tosse lembrei que tinha parado de fumar.

Pensava nela, somente nela.
Antes a liberdade imprevisível do que a prisão entediante.
Saber que a amo me traz forças em caminhar,
Mesmo presenciando a ambulância dobrando a esquina.