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Dia de muito, véspera de nada

Muitas coisas nesse mundo nos deixam tristes. O amor deveria nos deixar felizes mas, como tudo nessa vida, é temporário. Felicidade é temporária, tanto quanto a tristeza. A vida é temporária mas não a morte. Filosofia não é nem de longe explorada nesse conto simples, direto e objetivo. Depressivo na sua maior parte mas cômico por ser apenas um conto.
Apesar de grande e cansativo, esse conto reflete bem a insensibilidade humana em relação às pessoas que gostam da gente.
Quem duvida?

*** ELE E ELA ***
Era uma época parecida com essa: véspera de olimpíadas, tempo chuvoso e frio, morto; havia a dúvida e não mais o cinismo. Ela não o queria. Por que continuava então? Por que não dava fim logo àquela dor que corroía aos poucos seu estômago a cada nota que ele soltava em sua gaita desafinada. Ele nunca teve aulas de gaita e, como todo mundo que pega em uma gaita, achava que tocava maravilhosamente bem. Isso a irritava profundamente mas, o que não mais a irritava? Cada suspiro que ele dava em tempos de calor era motivo para que ela se irritasse; se estivesse frio então...

*** ELE ***
Ele mudou muito seu conceito sobre mulheres nesse mundo, só não entendia o porquê de ela não sujar logo as mãos com seu golpe de misericórdia. Se dependesse dele, aguentaria essa via-crucis pelo resto da vida. Ele já se sentia só ao ver televisão e ouvir rádio, logo, não tinha mais saída. Pensava nisso o tempo todo e nunca soube como explicar a ela. Pensou um pouco e resolveu espairecer. Saiu sozinho como era de se esperar e se pôs a deliberar. Desligou o celular simbólicamente - ela não o ligava mais mesmo, ainda mais para celular; muito caro! - e um mundo de amargura veio à sua cabeça. Não achou explicação plausível para o que estava acontecendo. Sofria muito por dentro, sem que ela notasse. Chorava sozinho, resmungava sozinho, se zangava sozinho, praguejava sozinho; tudo era sozinho agora. Sua vida não tinha outro valor senão com ela e ao notar que não a mais tinha, quis arrumar algum meio de ela sofrer um pouco. Não encontrou forma melhor que não o suicídio. Engraçado para quem lê como parece coisa normal o suicídio na vida desse jovem mas sua dor era deveras grande. Sempre pensamos que nada é tão grande a ponto de uma pessoa tirar sua própria vida. No máximo, tirar a vida do próximo mas ainda assim é coisa extrema, inaceitável, impenssável. Ele tinha um coração puro e só havia amado uma pessoa nessa vida. Não estava pronto - segundo sua própria concepção - para a vida sem sua amada ao seu lado. Nesse instante, passou um pouco mal graças a algumas cervejas e, depois dos vômitos, estava com a cabeça mais no lugar. Resolveu ir à praia, apesar do frio e apesar da chuva. Sentou-se na areia de calça jeans e camisa pólo como se não houvesse chuva alguma. O mundo estava fechado a ele e sua teia de pensamentos confusos que, pouco a pouco, entravam em sério conflito. Acendeu um cigarro, deu dois tragos e zuniu seu vício:
-De hoje em diante, nunca mais fumo um cigarro!
Andou lentamente em direção ao mar. Suas lágrimas se confundiam com a chuva e seu pensamento agora era bem alto:
-"Eu só queria ouvir um 'eu te amo'. Isso é tão difícil assim, Deus"?
Teve medo do arrependimento e resolveu correr ao infinito. Ao inexplorado e desconhecido. Ao mundo novo onde, segundo sua mãe fortemente católica, ele não mais sofreria. Exitou e chorou muito antes de ser engolido pelo mar.


*** ELA ***
Ela?! Ela deu por sua falta no dia seguinte. Achou que nada passava de uma vingança e que ele a ligaria no dia seguinte. Dois, três dias se passaram antes de ela tomar alguma atitude. Foi à casa dele e não o encontrou. Ligou para seus pais que não sabiam do seu paradeiro. Perguntou a amigos, do trabalho, na faculdade. Nada. Sua feição continha um "q" de emoção. Talvez preocupação, talvez desespero, talvez...
-Essa casa não é a mesma assim... vazia. Provavelmente, viajou para Petrópolis. Já entendi tudo! Meu aniversário é semana que vem e ele deve ficar por lá tentando me magoar. Meu Deus, espero que sim!
Pegou o telefone e procurou a agenda na bolsa. Catou algo na letra "C".
-Cláudio? Vai fazer o que hoje?

pesado....

ui... como superá-lo?!?

existem algumas coincidências terríveis nesse texto...

queria poder descrever em palavras a minha cara.....mas não consigo

mto bom!

há mais de quinze anos, meu primo, então com dezenove, vestiu um bonito smoking numa determinada madrugada na Argentina. Acordou sua namorada que refazia-se do prazer, dirigiu-se à sala aonde um 38 ansiava por queimar-lhe o peito...

Não sei se ela hoje existe ou se sobreviveu ao impacto daquela visão. Talvez nem queira saber...
A ele, eu pergunto sempre, aonde quer que esteja: Por que fez isso...

Edden, por favor, vc pode conversar em off comigo no email fernando0183@uol.com.br, motivo? perdi meu grande amor, estou muito depressivo e queria compreender pq ela usou esta frase "Dia de muito, véspera de nada"quando tentou se matar longe de mim, eu amo muito ela mas estou perdido, obrigado

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