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Melhores amizades serão sempre eternas...

Há tempos eu estava querendo voltar a postar em um blog. Consegui salvar boa parte dos textos antigos que eu havia postado em outro blog e vou estar postando alguns dos meus preferidos aqui. Também entrarei com textos mais recentes que estiveram guardados nos meus cadernos. Espero agradar a quem visita.
Estarei contando histórias de alguns amigos meus (fictícios e reais) que se destacaram na minha mente de alguma forma.
Às vezes entrarão também alguns poemas, sonetos, textos sem nexo e coisas do gênero. Claro que não abusarei desse formato. Não quero perder leitores! =)


O tempo não é tão generoso com todo mundo. Eu lembro bem que eu vivia matando aula pra jogar ping-pong, futebol e bola de gude enquanto o André não. Ele era o típico cdf e eu adorava colar dele. Era um cara maneiro apesar de a turma inteira fazer chacota dele. Eu até lembro de uma vez em que ele se revoltou e falou umas duas dúzias de palavrões para um metido a forte da nossa sala. Ele foi apoiado pela turma inteira e o grandão não teve peito para enfrentar todo mundo ao mesmo tempo. Conclusão: acho que aquele dia foi um dos mais felizes na vida do André. Ainda mais agora. Vi alguém, um ambulante, entrando no ônibus com uma caixa nas mãos. Ignorei pois eu nunca compro nada mesmo. Ele vendia balas e eu, que estava olhado fixamente pela janela, fiquei pasmo quando ouvi a frase:
-Bala, Eden?
Na meia volta que a minha cabeça fez entre a janela e a face do sujeito, me passaram várias coisas à cabeça. Várias possibilidades. Mas qual seria a verdadeira? Eu sabia que descobriria assim que colasse a cara no sujeito. Era ele mesmo. O André. Com uma muleta, roupas muito esfarrapadas e uma perna ausente, ele insistia que eu comprasse balas. Falei que compraria se ele trocasse duas palavras comigo. Ele não hesitou e sentou ao meu lado com a maior educação que eu já vi em um ônibus. Começou a contar dos fatos inusitados que o levaram àquela situação. Contou que perdeu a perna em um acidente de ônibus e não pôde trabalhar desde então. Sua mãe morreu alguns minutos depois do seu pai. Este por queda de cabeça e aquela por infarto fulminante. Não aguentou ver 22 anos de casamento indo embora laje a baixo. Ele ficou unicamente com a irmã mais nova e foi morar com a avó que vendeu a casa deles para ajudar nas despesas. Nada disso foi suficiente e ele acabou tendo que virar ambulante depois do acidente que o tirou a perna. Sua cultura da época do colegial ainda era notável na fala e percebia-se que ele possuía o hábito da leitura. Terminadas as reverências, fui convidado a cumprir com a minha parte na promessa e comprar um pacote de balas. Já não fiz tanto caso e acabei comprando uma daquelas de chiclete. Guardei a carteira no bolso e me despedi do meu infeliz amigo. Ele requisitou um derradeiro abraço antes de partir e eu o atendi. Abraço formal e negligente da minha parte.
Acabei sem a carteira e com um pacote de balas fora do prazo de validade.

Ahahah...

eu já tinha lido esse texto antes... acho que no antigo Criteencas! É dez!

48h para minha estréia!

mt bom....rs...saudades muleke!

Este comentário foi removido pelo autor.

boa abertura!!! na moral esse ai...

maneiro.um dia eu consigo escrever assim...!rsrsrsrsrs

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