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Vidas e Vidas - O Deleite da Solidão Voluntária

Não considerem isso uma lição de vida nem façam da vida da nossa amiga Camile uma base. Leiam com atenção e a intenção do texto será extraída.

Ela estava apenas deitada. Acordou ainda um pouco bêbada e não conseguia pensar tão rápido. Olhou à parede e viu uma aranha; pensou na aranha e em toda a sua vida. Achou que houvesse passado uns 40 minutos mas não mais que 5 havia passado. Como quem não quer nada, ela vasculhou a geladeira em busca de alguma coisa que nem ela sabia o que era.
-Todos fazem isso... por que eu não posso fazer?
Realmente, abrir a geladeira e olhar só pelo hábito é algo que todos fazem. Ela não se culpou por não ter nada afinal ela morava sozinha e o dinheiro não cobria regalias. Olhou para o telefone como que uma predição:
-Esse telefone tem um vermelho engraçado.
E começou a rir sozinha antes que o telefone tocasse. Para sua irônica surpresa, era seu namorado a implorar por algo que ela não queria ceder. Reatamento.
-Duvido que você me ame tanto quanto diz. Nos vemos qualquer dia!
E desligou o telefone sem pensar duas vezes. Voltou ao seu mundo solitário e quieto. Tudo que ela não tinha há algum tempo. Não se chateava, pelo contrário, gozava cada instante como se único. Como se toda a sua vida ela estivesse estado naquela magia azul. Ligou a televisão e começou a ver qualquer coisa. Era só para o tempo passar. Pensou, pensou e pensou mais um pouquinho antes de escolher para onde sairia naquela noite. Decidiu ir à festa do seu amigo mesmo sabendo que seu ex-namorado estaria lá a espreitá-la. Ignorou a condição e partiu depois de se trajar perfeitamente para a ocasião. Festa de gala e classe, ela sentia como se não estivesse lá. Ninguém ali lhe era conhecido e isso facilitou muito sua noite. Entristeceu-se ao descobrir que a única bebida alcólica servida na festa era champagne. Como de praxe, ignorou também isso e bebeu como uma louca. Sem pensar nem lembrar de nada, acordou para mais um dia com um pouco de dor de cabeça mas feliz e infeliz ao mesmo tempo depois de olhar para a cama e ver seu ex-namorado. Como não lembrasse de nada, não terminou de o expulsar a pontapés sem antes lhe fazer uma pergunta um tanto quanto incoveniente para o momento:
-Tem seda aí?

Ela me pareceu ser alguém em busca de sensações... ou busca fugir de algo. Enfim, ela busca alguma coisa que talvez nem saiba o que seja.

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