É imprescindível que você vá à merda
É imprescindível que você vá à merda, meu caro
Tanto literal quanto figurativamente;
Que você vá à merda e nela chafurde
Como o porco chauvinista que você é
Porque, se dentro de mim a mágoa cresce
Ao ponto de querer vê-lo em tal situação
Esteja certo de sua participação ativa
Na causa deste processo de vômito literário
No qual não apenas requisito sua viagem à já mencionada substância putrefacta
Mas que leve a ela, como companhia
Toda e qualquer razão que o tenha levado a atingir
- e destroçar, devo acrescentar
Este meu inestimável e nobre coração
Pois nele, há tempos
Não se manifestam tais sentimentos
Tão insistentemente prejudiciais
Ao indivíduo condenado a, indefinidamente
levá-lo como um fardo pungente
Porém, meu caro
Tenha sempre em mente
Que àquele que desdenha do Amor alheio
Somente o Mal aguarda;
É com um pesar alegre que anuncio
Que dentro em breve o senhor se encontrará
Em situação semelhante ou pior
Do que a deste que vos fala:
pois a mim me é impossível conceber, dentre os dois,
o mais triste cenário:
o daquele que perde um amor por não sabê-lo caro
ou o daquele que crê em um amor apenas imaginário.
(L.F.)