Diálogo Interno
As últimas semanas foram meio sombrias. Me coloquei em algum ponto entre o "aquele lugar" e o "lugar nenhum". Foi tudo muito "nutritivo" para a mente. De fato, precisava de algo desse tipo. De qualquer jeito, dos diversos textos que saíram, fica aqui o que mais chamou minha própria atenção. Talvez por ter sido o único momento de hesitação interna.
- Mas por que será que acabou assim?
- Vai ver que era pra acabar. O que importa é que acabou e isso quer dizer que passou. Quem vive de passado é museu, meu caro.
- E se eu tivesse agido diferente?
- Se tivesse agido diferente, não seria você! Onde já se viu você sendo diferente daquilo?
- E agora? O que eu faço?
- Agora é com o destino. As coisas se acertarão, é só não haver preocupação da sua parte.
- Mas e se ela estiver certa?
- Se ela estivesse certa, não sofreria. Onde já se viu o sofredor estar certo?
- Mas...
- Meu caro, você realmente é uma criancinha. E tenho certeza que as pessoas "não-criancinhas" têm inveja disso.
- Eu ainda não estou completamente certo com tudo.
- Então quebra a cara novamente. A vida é isso: uma hora em cima, outra hora em baixo. De vez em quando, sinto uma pena de você.
- Por que isso agora?
- Não sei. Talvez por ter certeza que você sempre vai agir assim. Quando acerta, tem remorsos.
- Obviamente.
- É por isso que você sempre vai se dar mal nesses assuntos.
...
- Como você pode saber disso tudo?
- Pelo visto eu fui o único que aprendeu alguma coisa com as outras que vieram antes...
Pequeno diálogo entre o senso crítico e a vivência.